A Dança e a Música Cigana

A Dança e a Música Cigana

A dança cigana apresenta, por meio de movimentos, estilos e características próprias, a alegria e o sentimento da música cigana, demonstrando o ritmo da vida através da magia da dança.

Em cada música, a feminilidade explode em fogo, ritmo e em várias formas de expressão corporal, que se completam numa verdadeira festa, cheia de vida e harmonia.

Mas cabe colocar que o povo cigano prioriza a inteligência, ensina a força interior que tem dentro de si; são a luz, inspiração, energia e amor.

Povo que aprende desde cedo os dons mágicos das palavras e do respeito, é místico, alegre, íntegro e, sobretudo fiel às suas tradições, com fortes pontos em comum entre todas as partes do mundo.

Na dança, a figura feminina é ainda mais exaltada, pois as mulheres são a personificação perfeita da figura cigana. Não gostam de cortar os cabelos, pois como eles nascem no alto da cabeça, estão naturalmente imantados com a energia mais pura e, cortando-os, perde a força, inclusive a magia.

São comuns os vestidos com grandes decotes. As ciganas quase sempre têm seios volumosos, que além de afirmar a força feminina, mostram a disposição que tem pela vida, pois o seio tem o papel de sustentar os ciganos que nascem.

A dança cigana faz viver intensamente as emoções, mostrando sensualidade e feminilidade com elementos culturais que atravessam os séculos, passando pela influência da Índia, Grécia, França e, principalmente, da Espanha.

Ela é a união de varias nações e transmite uma grande e mágica energia. Ao saírem da Índia, com suas danças pelo mundo, os ciganos colheram as mais variadas influências folclóricas.

Na Espanha, influenciados pelo Flamenco, as ciganas dançavam à vontade a Rumba Gitana, além da utilização do xale e leque.

Na Rússia, com seus lenços coloridos, mostravam toda sua graciosidade. Na Hungria, utilizando-se dos pandeiros adornados de fitas coloridas.

No Oriente, com os movimentos dos quadris revelam toda força, graciosidade e sensualidade. As influências vieram ainda dos povos Hebreus, Mouros, Bizantinos e Árabes.

O Povo Cigano utiliza a música como uma forma de se aproximar de Deus, por isso, quando estão tristes ou alegres, recorrem à magia da dança para harmonizarem suas vibrações.

E, é através dela que são abertos os portais que ligam o mundo espiritual ao material. Anualmente, no dia 24 de maio se realiza rituais de dança e música para louvar Santa Sara Kali, a padroeira mundial do povo cigano.

Conta-se na história que a origem da dança cigana vem da região da Kashemira, noroeste da Índia, fronteira com o Paquistão às margens do rio Indo, berço do povo cigano.

Por volta de 3.000 anos atrás, esse povo partiu deste local, expulso por invasores árabes, e se dividiram em vários grupos espalhados pelo mundo.

A dança cigana não é encarada como um ofício pelos ciganos, montagens de balé e de óperas (como Carmen, de Bizet) são representadas por profissionais de balé não-ciganos (gadjés).

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Eles não aprendem em aulas de dança, dançam com a alma, o coração e a emoção. Na dança individual ou em grupos, não existe nenhuma coreografia pré-concebida.

É uma dança solta, da alma. Dizem os antigos, que os ciganos dançam para atingir o êxtase do fluido energético que os levam de encontro com a verdadeira essência da Deusa ou do Deus interior e superior.

Por isso, dificilmente, os ciganos fazem coreografias; dançam soltos e livres, colocando em cada movimento suas emoções.

Como diz Niffer Cortez (uma das poucas bailarinas ciganas):

“Marcar uma coreografia, para o cigano, é prendê-lo; é não dar liberdade aos seus movimentos”.

Como hoje em dia (contemporâneo), danças são apresentadas também em palcos, festivais e eventos de dança, tecnicamente começaram-se a criar coreografias pré-determinadas e ensaiadas; unicamente, deve-se respeitar a cultura, sabendo que não existe uma técnica rígida de dança cigana, mas formas de se dançar ciganamente.

A graça está em cada pessoa ouvir a voz do seu coração e permitir que se conduza levemente, tranquilamente, pois só dessa maneira, cada um que se propõe a estudar a dança cigana, consegue sentir sua alma.

A dança é a magia, e a alegria desse povo, o mistério através dos passos e movimentos que saúdam, invocam e fazem fluir a mais bela e elevada vibração energética!

De forma ritualística, esta dança pode ser usada para desenvolver a intuição, sensualidade, coragem, desbloquear as energias negativas, aguçar a percepção corporal, emocional e espiritual…

Onde o ritmo, movimento e beleza da dança acontecem e fluem de forma harmônica, unidos na música e na dança.

Como terapia, a dança cigana promove, além da sociabilização, o autoconhecimento, a autoestima e a conscientização corporal.

A prática desta dança permite à mulher encontrar um equilíbrio entre a mente e o corpo, uma sensação de harmonia e integração resultante dos movimentos alegres e fortes, fortalecendo a confiança no próprio ser e fomentando a aceitação da sua feminidade.

Pode ser praticada em qualquer idade e por qualquer mulher, pois apenas tem efeitos benéficos para o corpo e o espírito e não requer nenhuma constituição física determinada.

Para o corpo, apresenta-se com uma excelente alternativa de atividade física, proporcionando o aumento da flexibilidade e do tônus muscular, auxiliando na reeducação postural, aprimorando a coordenação motora e as funções cardiorrespiratórias.

A Romá (os ciganos) estão espalhados pelo mundo, e onde há cigano, há música e dança, cada um com o seu estilo.

Entre a Romá, a dança é aprendida desde a infância e não existe idade limite para se dançar.

A Dança Cigana em Cada País

  • Na Rússia, Hungria e Romênia, a dança consiste em movimentos alternados dos ombros, acompanhados ao movimento das saias/ou lenços, ás vezes, estalam os dedos e, de acordo com o ritmo da música, é utilizado o pandeiro (adornado com fitas coloridas), usam botas devido ao clima local.
  • Na Espanha, predomina a rumba cigana, que são movimentos das mãos com os quadris e os pés, alternados com movimentos fortes das saias, e também é utilizado o lenço, leque e o xale.
  • Na Itália, é uma mistura de dança típica italiana com um toque cigano, dançam como se estivessem brincando, dançam homens, mulheres, crianças, todos juntos, fazem roda… É a dança cigana que transmite a mais pura alegria.
  • No Oriente, com o movimento forte dos quadris, relevam toda a sua graça e sensualidade.
  • No Brasil, com o passar dos séculos (desde 1574), foram perdendo este Dom, sendo muitos, então, influenciados pela dança cigana europeia. Assim, a dança cigana brasileira é uma mistura das danças da Rússia, Hungria, Romênia e Espanha (irá depender do ritmo da música), só que não usam botas, dançam descalço e algumas ciganas dançam até com salto alto, criando um estilo próprio, que hoje é copiado por muitos dançarinos ciganos.
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O Homem na Dança Cigana

O homem na dança cigana, dança basicamente por duas razões: porque está feliz e quer festejar ou porque quer agradar os Deuses para contar com seus benefícios e bençãos.

A dança para os ciganos é assim como para todo ser, é uma forma de liberar as emoções anteriores, de dar vazão aos sentimentos através de movimentos corporais.

A dança pode ser executada de maneira solitária, em par, em grupo, de forma profissional ou amadora, clássica ou moderna.

Mas, em qualquer uma das formas, o dançarino deve ter preparo físico e amor pela dança. Os ciganos têm na dança uma forma exuberante de expressão, tirando dos passos, dos volteios do corpo, do rodar, do meneio de suas cabeças, uma alegria contagiante, talvez, única.

O bater das castanholas espantam a negatividade. É o verdadeiro dançar da alma, a dança cigana mágica da natureza.

Homens e mulheres dançam separados, não existindo toques ou contato físico entre eles. É sempre mantido o respeito.

Os bailados masculinos lembram as danças gregas, com braços estendidos nos ombros e movimentos de pernas para as laterais do corpo.

Os ciganos residentes ou procedentes da Espanha dançam o flamenco, onde é forte o sapateado, o bater forte das palmas e das mãos, e o som seco e rápido das castanholas.

A dança é livre, sem regras, mas sempre com o respeito e limites entre homens e mulheres.


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Élida Alexandre

Cartomante, taróloga, terapeuta holística e empreendedora de livros de auto ajuda espiritual, religião e esoterismo.

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